domingo, 17 de junho de 2012

REVERBERAÇÕES...


"Tudo o que eu tenho assistido em dança tem me remetido à contemporaneidade, à palavra contemporaneidade.
O espetáculo da Cia. de Diadema, (um com um título em francês, acho...) me fez pensar: Cara, as artes sempre refletiram o homem em seu tempo, a dança contemporânea tem movimentos que "não se entende", o homem contemporâneo tem movimentos que não se entende, atitudes que pro homem parecem objetivas, são parte de um ritmo ao qual ele está inserido, horários, obrigações formalidades, bom dia, boa noite, tudo é feito sem significado. Não digo bom dia desejando bom dia.
Os movimentos em dança contemporânea, de cara parecem não ter significado, (reflexo do homem em seu tempo) no entanto estão refletindo a imagem do homem, imagem que na dança, na criação artística da dança estão preenchidas de sentidos, símbolos, sentimentos e significados.
É a forma do homem, porém com os conteúdos (sentidos, símbolos, sentimentos e significados) que conflitam dentro do homem. que conflitam por suas existências ou que causam conflitos por suas ausências.
O "abstrato" do Cálamo me deixou buscando significado em cada movimento e cena, ao mesmo tempo eu me dei conta de que os movimentos e cenas estavam me causando sensações. E isso é bom.
Rola esse lance de que a arte toca onde não sabemos, nos coloca no "lugar algum" desfaz estruturas, descontrói habitações, nos coloca na rua. Em analogia até ao exercício, em que a gente se colocou no "ponto morto". E esse lugar é bom.
Terminando, (o que não termina) o espetáculo me deixou essa cara de abstrato, abstrato no sentido objetivo, concreto, menos concreto que o Lugar Algum, mas consegui dialogar perfeitamente com o texto, (de vocês?) e a relação com o instrumento cálamo. O superficial humano e o interior humano, o que há na pele e o que há dentro do corpo, o que há na vontade e o que há na descoberta, transpor a pele, transpor limites e descobrir aquilo que é desconhecido, muito rico, muito novo esse refletir, refletir exatamente nisso.
Por isso, obrigado por receberem a gente com coisas tão boas e tão nossas! Humanos da contemporaneidade!
Fico muito feliz em ver pessoas tão boas trabalhando juntas."
(Felipe Cirilo, 20 de maio)


Vontade de uma JamDance
Vontade de me sentir leve
Vontade de sair do meu eixo
Vontade de dançar de olhos fechados
E numa vertigem me deixar levar...
Leve que leva livre por aí...
Liberta a mente de todos os meus sentidos...
Que permaneçam comigo apenas minhas sensações
Que eu me permita a viver este espaço de um passo e outro toque
Que num giro, os pensamentos voam
Que num movimento, eu descubro outro
Que numa respiração, eu escuto meu corpo falar
Que num pulsar, eu me perco no tempo de uma aritimia
Que seja minha... VONTADE!
as vezes volta o tempo e sinto todas as sensações que tive naquela tarde com o iN SAiO - Cálamo. A pEle, o TOque, o abrIR e fechAR dos olhos iN CORpo e mente...
(Natália Neumann, 13 de junho)

Felipe e Natália acompanham o trabalho da iN SAiO desde "Lugar algum", e em maio participaram da oficina e assistiram ao espetáculo em Guarulhos.
Obrigada!!

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