Hoje tivemos o prazer de contar com a presença e as provocações do filósofo Rodrigo Vilalba, que retornou à iN SAiO (depois de ter nos auxiliado imensamente entre 2010/2011, durante o processo de Lugar algum) para uma conversa cheia de possibilidades e desdobramentos para a criação de Cálamo.
Seja bem-vindo de volta, Vilalba!!

"Pra vocês, a dança é um campo de investigação. 

Mas para a maior parte das pessoas, é uma resposta."

"Para a maioria de nós, o corpo é uma prisão.
A gente negocia uma liberdade condicional permanentemente."

"Pegue uma folha em branco. O que você vê? A folha.

Coloque essa folha em movimento. O que você vê? O movimento.

Desenhe nessa folha. O que você vê? É provável que não veja mais a folha, e passe a ver só o desenho. Isso são as minhas tatuagens para mim: um ponto de fuga.

Meu corpo tatuado é um corpo que quer dançar, mas não aprendeu como."

A extensão da própria pele é a pele do outro. 
A extensão da minha pele está por um fio.
(Claudia Palma)

    
Hoje, segundo dia de ensaio, percebi nitidamente a interferência de "Lugar Algum". Isso só me fortalece, e mostra o quanto o elenco cresceu e conquistou autonomia. Falo sobre a conquista do movimento, o quanto "Lugar algum" esta impregnado em todos nós. Obrigada ao VAZIO, DENSIDADE, INTENSIDADE, QUEDA, INCERTEZA, PREENCHIMENTO DOS ESPAÇOS, VERTIGEM, DESARTICULAÇÃO, QUALIDADE, VOLUME, VÃOS...

Lindo, continuidade de pensamento e corpo, de um grupo que deseja...

Obrigada a todos que participaram e participam dos processos da vida!

ARTE E VIDA CAMINHANDO JUNTOS.

CLAUDIA PALMA

  

Nas últimas semanas a iN SAiO estava se organizando para o início de sua nova montagem. O espetáculo CÁLAMO foi contemplado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura), e hoje fizemos o primeiro encontro prático do trabalho, na pele...
Lá, corpo, encontro, memória, perguntas, sons e um novo início. Aqui, nosso blog volta a registrar e compartilhar mais uma criação. Acompanhem, sejam bem-vindos!!
Aproveitamos para agradecer desde já ao apoio da Sala de Dança (www.sala-de-danca.blogspot.com)!

(...) Há um beco, onde os meninos que já foram apaixonados por mim - com

os cabelos desgrenhados, pernas finas e pescoços magros (...)

E é assim que alguém morre e alguém permanece (...)

Eu conheço uma pequena sereia triste que mora no oceano.

Que sopra baixinho e suavemente seu coração em uma flauta de madeira

Uma pequena sereia triste

  Que morre com um beijo a cada noite

E renasce com outro beijo de madrugada.

(fragmento de Outro nascimento, de Forough Farrokhzad)